O deputado Ro Khanna apresentou uma proposta para proibir que autoridades eleitas tenham ou lancem criptomoedas. Essa ideia surgiu após o presidente Donald Trump ter dado um perdão controvérsico ao fundador da Binance, Changpeng ‘CZ’ Zhao.
Em um programa da MSNBC, Khanna não hesitou em acusar Trump de “corrupção descarada”. Ele ressaltou que Zhao, um bilionário que já se declarou culpado de violações de lavagem de dinheiro, estaria envolvido em ações que, segundo o deputado, financiariam atividades ilícitas, como o Hamas e o Irã.
Ele também mencionou que Zhao teria contribuído para o World Liberty Finance, um projeto de criptomoedas vinculado à família Trump.
Khanna quer proibir criptomoedas para legisladores
Khanna foi firme em suas declarações, afirmando que é “totalmente ilegal” para legisladores se envolverem com criptomoedas e aceitar dinheiro vindo do exterior. Ele já anunciou que pretende apresentar o projeto de lei ainda esta semana, que ele vê como uma extensão de uma iniciativa anterior, o Ban Congressional Stock Trading Act de 2023. Essa lei buscava impedir que membros do Congresso negociassem ações individuais, mas ficou travada em comitês.
Agora, Khanna se propôs a seguir os mesmos princípios, exigindo que legisladores se desfaçam de ativos digitais ou os coloquem em fundos cegos. Para ele, o problema não é tecnológico, mas sim de corrupção.
A proposta surge em meio a um cenário em que o perdão de Trump a Zhao foi bastante criticado, tanto por democratas quanto por ativistas éticos. Se aprovada, essa iniciativa tornará as criptomoedas uma das mais recentes classes de ativos a serem proibidas para políticos. Isso reflete uma crescente preocupação em Washington sobre a relação entre política e o dinheiro no universo das criptomoedas.
Binance mira retorno aos EUA
Enquanto isso, a Binance está planejando um retorno ao mercado americano. A corretora busca estratégias após o perdão concedido a Zhao, conforme informações da Bloomberg. Entre as opções consideradas, está a fusão de sua afiliada nos EUA com a operação global ou até mesmo permitir que a exchange principal atenda diretamente os usuários americanos.
O perdão de Zhao, que veio após a confissão de culpa em 2023 por tentativas de violação de regras de lavagem de dinheiro, reacendeu debates sobre um antigo acordo de US$ 2 bilhões entre a Binance e o empreendimento de criptomoedas vinculado à família Trump.
Com esse pardonamento, as barreiras legais que limitavam a atuação de Zhao nas operações da Binance foram removidas. Especialistas afirmam que isso, na prática, restaurou o poder do fundador e fortaleceu sua posição enquanto a empresa trabalha para recuperar o acesso ao mercado dos EUA.
Zhao, com uma fortuna avaliada em US$ 61,4 bilhões, continua sendo uma figura influente no mundo das criptomoedas. Ele supervisiona um ecossistema que conta com US$ 8,7 bilhões em ativos. Esse episódio acontece em um momento em que Trump tenta estreitar laços com a indústria de ativos digitais, da qual sua família já lucrou cerca de US$ 1 bilhão em negócios.
